Tropa de Elite 2
Ontem fui assistir ao filme mais comentado na última semana, o excelente Tropa de Elite 2. Sem dúvida nenhuma um filme que vale o ingresso de 14 reais cobrado no cinema.
O filme tem um enredo melhor elaborado que o primeiro, uma história mais densa e muito mais complexa. O filme mostra o ex-capitão e agora subsecretário de segurança pública do Rio de Janeiro, Nascimento, brilhantemente interpretado pelo ator Wagner Moura, mais uma vez tendo que combater bandidos, só que agora os bandidos são políticos e policiais corruptos.
Também merece destaque a curta, porém marcante participação do cantor e ator Seu Jorge.
No primeiro filme o então capitão Nascimento diz que há três possibilidades: ou se omite, ou se corrompe ou vai para a guerra. No Tropa 2, definitivamente, Nascimento tem que fazer a escolha.
O filme é obra da ficção, mas não deixa de retratar a realidade, mostra o jogo de interesses dos políticos para se elegerem e a corrupção de pseudopoliciais. Tudo é claro, por dinheiro e poder.
O filme é muito bem filmado e dirigido. Cenas fortes de ação e violência, com bordões realistas e palavrões na dose certa.
O início do filme se dá no presídio Bangu I, onde, num suposto erro do capitão do Bope, André, a merda acontece. Sem mais detalhes para não virar spoiler.
Nascimento agora luta contra um sistema corrupto, a polícia é apenas mais uma peça de xadrez num tabuleiro cheio de jogadores. E talvez seja apenas um peão no jogo.
Numa analogia simplória, eu compararia o sistema à Matrix de Neo (Keanu Reeve) ou mesmo ao Mito da Caverna de Platão. O sistema não é mais as pessoas, ele existe por si mesmo, tem vida própria, é O SISTEMA.
O filme ainda mostra um Nascimento inocente, um subsecretário que demora a entender que nem tudo que reluz é ouro, que tudo é movido por interesse, que amizades reais não existem e tudo acontece para sobreviver no sistema.
O filme me trouxe dois sentimentos: Orgulho, de ver uma mega produção ser feita por um dos nossos, o diretor José Padilha, e nojo, ao saber que a obra de ficção de ficção tem muito pouco, pois mostra de forma nua e crua uma realidade brasileira.