Tipos de Estruturas Organizacionais.

Tipos de Estruturas Organizacionais.

Quando o assunto é estrutura organizacional podemos ao menos pensar em dois tipos de estruturas: física e hierárquica.

A estrutura física de uma organização é formada pelo seu prédio e demais objetos usados na execução das atividades da empresa (mesas, computadores, divisórias).

Uma questão que surge nas discussões teóricas e filosóficas sobre o tema, é se a empresa deve se adaptar a estrutura ou se a estrutura deve ser construída de forma a atender os objetivos organizacionais. Não tenho dúvida que num contexto ideal a estrutura deve ser projetada para dar conta dos objetivos da empresa. Mas bem sabemos que muitas empresas nascem de forma precária e aproveitando os espaços e equipamentos disponíveis ou possíveis de aquisição, sendo assim, ela se adequa a estrutura e não o contrário.

Agora quando o tema é a estrutura hierárquica tudo fica mais abrangente e as possibilidades são maiores. As discussões também se tornam infinitas, onde cada gestor defende uma ou outra forma de estrutura organizacional.

Funcional

A estrutura funcional é a mais usada e conhecida. É a estrutura proposta por Henry Fayol. A empresa deve ser departamentalizada, ter um órgão administrativo e demais departamentos funcionais por especialidades: produção, finanças, marketing, contábil, etc. e cada funcionário deve responder a um único chefe (unidade de comando). Na estrutura funcional cada departamento conta com especialistas na função.

A estrutura funcional é mais indicada em ambientes mecanicistas, onde as mudanças não são constantes. A especialização é valorizada, os degraus hierárquicos são bem definidos e é sabido o que fazer para galgar funções mais elevadas. A comunicação é facilitada, pois o departamento é formado por profissionais da mesma área e, portanto falam a mesma “língua”.

Tal abordagem não é indicada para ambientes dinâmicos e em constantes mudanças. A estrutura tem dificuldade em responder de maneira rápida ao mercado. Também existem rachas departamentais, tanto por poder como por dinheiro. A preocupação com o todo não existe, cada departamento se preocupa em cumprir sua função com eficácia e passar a batata quente para frente.

Divisional

É constituído por divisões autossuficientes que produzem um produto ou serviço específico.

A estrutura divisional pode ser estruturada por produtos ou serviços, por região geográfica, por processo ou projeto ou ainda por clientes.

Produto ou serviço

Uma organização que comercializa diversos produtos ou serviços pode ter uma estrutura organizacional onde uma UEN (unidade estratégica de negócios) seja responsável apenas por um único produto. Grandes empresas costumam trabalhar com esta estrutura.

A estrutura apresenta a vantagem de ter foco específico. A UEN é responsável somente por aquele produto onde a qualidade é superior, a coordenação é mais eficiente, inovações são mais facilmente aceitas, pois a UEN como um todo tem o mesmo objetivo. Também há maior flexibilidade em termo de produtos produzidos.

As desvantagens podem estar nos custos maiores e uma comunicação precária, onde a UEN se isola dos demais produtos da empresa, ficando focada apenas em seu produto.

Geográfica

A divisão por localização geográfica permite a empresa se adaptar a região onde exerce suas atividades. Num país grande como o Brasil as características e costumes de cada região tem influência direta na comercialização de um produto ou serviço. Muitas vezes uma abordagem de vendas usada numa região não tem eficácia alguma em outra região. Campanhas de marketing e estratégias de vendas podem ser pensadas de forma a atender uma região específica, com foco no consumidor da região em que a organização opera.

Tal estrutura também dá vazão para desculpas por partes das unidades. Onde a não venda de um produto ou serviço pode ser atribuída à região e não a incapacidade da empresa.

Processo

Na divisão por processo as atividades são agrupadas de forma a cumprir as etapas do mesmo. Um processo é um conjunto de atividades que resulta num produto ou serviço. Em geral o departamento de produção é subdivido por processos, onde cada divisão é responsável por um produto produzido pelo departamento.

A grande vantagem é a facilidade de operação, cada trabalhador trabalha num processo específico sendo especialista. Esta especialização é bem próxima da defendida por Taylor e sua Administração Científica.

A desvantagem recai na mesma especialização que foi colocada como vantagem. Em baixa demanda a empresa fica com trabalhador ocioso, pois sua grande especialidade não permite ele ser deslocado para outra função, pois não tem a menor noção de como é feita.

Projeto

Confesso: está é minha abordagem preferida. Ela é flexível e mutável. Consiste em alocar as pessoas para trabalharem num projeto específico. As equipes podem ser montadas de acordo com a especificidade do projeto a ser desenvolvido, assim se escolhendo os profissionais com características e qualificações a agregarem vantagens no desenvolvimento do projeto.

Numa estrutura por projeto primeiro é definido o resultado desejado, depois disso se escolhe os profissionais que melhor se encaixam para o desenvolvimento dele. Os funcionários não fazem parte de um departamento específico, mas são alocados de acordo com o projeto a ser desenvolvido.

As vantagens são a realização de trabalhos com foco total no projeto. Prazos cumpridos com maior precisão.

Já como desvantagem a ociosidade ou demissão do funcionário quando ele não está alocado em nenhum projeto. Às vezes também falta uma identidade, onde trabalhadores que preferem estar vinculados a um departamento ou a uma atividade específica tem dificuldades por trabalharem de forma temporária.

Matricial

A estrutura matricial adota duas estruturas. A departamental e a por projetos por exemplo. Aqui já deixo claro que tal estrutura quebra a regra da unidade de comando proposta por Fayol, o trabalhador terá dois chefes: o do departamento ao qual é vinculado e a chefia do projeto ao qual irá ser alocado.

A estrutura matricial tem como objetivo obter o maior rendimento possível. A interdependência departamental é fundamental para a estrutura funcionar. Maturidade profissional é importante, treinamento em relações interpessoais se faz necessário.

As desvantagens dessa abordagem são a dificuldade de adaptação de alguns profissionais, a insegurança, egos inflados, a duplicidade de comando, a comunicação que pode ser deficiente e a rixa entre chefes departamentais.

Redes

Esta abordagem surgiu com o avanço da TI. Hoje a tecnologia nos permite trabalhar em redes, da nossa própria casa (home office). Profissionais não precisam se conhecer para trabalharem juntos. Serviços podem ser prestados a distância e equipes podem trabalhar em conjunto mesmo estando separados.

Empresas podem contratar profissionais que trabalham em seu home office. A empresa fisicamente falando, pode até mesmo não existir. São empresas virtuais.

As desvantagens são as incertezas na entrega do serviço, o controle do empregado por parte da empresa e falhas eletrônicas que podem atrapalhar ou mesmo acabar com um projeto.

Este post já ficou enorme, o que foge da característica dos textos publicados aqui no Efetividade blog. Mas o assunto é complexo e não havia como ser mais sucinto. As principais características de cada estrutura organizacional foram apresentas de forma bem resumida. Caso seja de seu interesse se ater mais sobre este tema o conselho é buscar bibliografia específica e densa.

Abraço.