Tesouro direto: vale a pena investir em tempos de crise?
As incertezas políticas e econômicas têm deixado muitos investidores preocupados com seus investimentos. Na verdade, tais temores são perfeitamente compreensíveis, já que há pouquíssimo tempo vivenciamos cenas como a suspensão temporária das atividades da Bolsa de Valores, medida adotada para evitar danos maiores à economia.
Deixar de investir, definitivamente, não é uma opção a ser considerada. Mas afinal, qual a melhor forma de encarar a crise? Muitas pessoas, tomadas pelo medo, agem impetuosamente e acabam perdendo dinheiro.
O Tesouro Direto ganhou notoriedade, nos últimos anos, por ser um investimento dos mais seguros e com uma boa rentabilidade. Qual seria o impacto da crise política e econômica nos títulos públicos? Continue a leitura e descubra se vale a pena investir no Tesouro Direto em tempos de crise. Confira!
O que é o Tesouro Direto?
Para entendermos a influência da crise no Tesouro Direto, precisamos primeiramente compreender seu funcionamento. Criado pelo Tesouro Nacional em 2002, o programa permite que as pessoas físicas adquiram títulos públicos, o que antes só era possível com a intermediação de uma instituição financeira, por meio dos fundos de investimentos.
Os títulos públicos são emitidos pelo Governo Federal para angariar reservas para investimentos e pagamentos de dívidas. Apresentam boa rentabilidade e podem possuir altíssima liquidez. Existem opções para quem busca retorno a curto ou longo prazo.
Como o Tesouro Direto é afetado em tempos de crise?
Embora o Tesouro Direto seja afetado de alguma forma pela crise política - o que justifica a preocupação dos investidores, a verdade é que o fator que impacta mais diretamente na rentabilidade dos títulos é o resultado das reuniões do COPOM, que acontecem trimestralmente.
Nestes encontros é definida a Taxa Selic, um dos indicadores aos quais são atrelados os títulos mais conservadores. Apesar das reduções sistemáticas que a Selic vem experimentando, a tendência é que, com o aumento da instabilidade da economia, o COPOM seja forçado a frear a queda dos juros, o que contribui para a rentabilidade dos títulos públicos.
O nível de segurança do Tesouro Direto continua altíssimo, já que a probabilidade de um calote do governo federal é muito remota. Na prática, se as coisas chegassem a tal ponto, o país estaria economicamente quebrado, com os bancos (principais compradores dos títulos públicos) falidos e a moeda desvalorizada.
Em relação ao preço dos títulos, não há com o que se preocupar, a menos que você pretenda vendê-los antes do vencimento. Se não for este o caso, as oscilações de preço não terão impacto em seu investimento, no caso dos títulos do Tesouro Prefixado ou Tesouro IPCA, já que o resgate será correspondente à rentabilidade contratada.
Quais cuidados tomar ao investir?
Como falamos anteriormente, deixar de investir não deve ser uma opção. Contudo, há alguns cuidados que você deve tomar, especialmente em tempos de crise. É importante manter os pés no chão e agir com segurança.
O Tesouro Prefixado pode não ser a melhor escolha para o momento, já que existe um clima de incerteza quanto à inflação e a variação da taxa de juros para os próximos meses. Para não sofrer com os índices inflacionários, o Tesouro IPCA é o porto seguro. Por sua vez, o Tesouro Selic surge como o melhor caminho para investimentos de curto prazo.
Mesmo no cenário atual, o Tesouro Direto continua sendo um bom investimento. O momento requer cautela, por isso é recomendável investir com segurança e começar com valores mais baixos, sempre atentando à movimentação do mercado.
Como vimos, é perfeitamente viável investir no Tesouro Direto em tempos de crise. E você, o que pensa sobre o assunto? Gostou do artigo? Não deixe de curtir agora mesmo nossa página no Facebook e fique a par de todas as novidades.