Tecnologia 3D: altos preços, pouco avanço.
A mídia tem intensificado a propaganda sobre a chegada da nova tecnologia 3D nos televisores. Será que é nova mesmo?
É moda agora dar destaque em tudo o que envolve a palavra 3D. O público quer saber de tudo o que é novo, mas os filmes em 3D não são tão novos como apresentam. Lembro que uns 20 anos atrás, mas precisamente em 1991, eu fui ao cinema assistir A Hora do Pesadelo 6 (O Pesadelo Final - A Morte de Freddy) e havia uma cena final com efeito 3D. Olha só: em 1991, a tecnologia já estava nos cinemas.
Todos se lembram dos óculos de papel com lentes coloridas (azul e vermelho). A diferença que existe entre o 3D daquela época para os dias de hoje, está na maneira como é feita a aquisição e a apresentação das imagens.
Há tantos boatos circulando na internet, sobre os televisores de LCD, que não dá para saber em quem acreditar. Tudo indica que os televisores de LCD comuns são capazes de reproduzir conteúdos 3D. Como? Estes televisores utilizam uma taxa de atualização de 60 Hz (quadros por segundo) e o cinema utiliza uma taxa de 24 Hz e consegue reproduzir filmes em 3D sem nenhum problema. Isto significa que se você adquirir uma TV 3D, com uma taxa de 120 Hz, na verdade, ela vai utilizar apenas um terço da capacidade de frequência e nada mais.
A tecnologia 3D funciona graças à capacidade do nosso cérebro em capturar e processar diferentes imagens em cada olho. Ele é o principal responsável por fazê-lo pensar que as imagens saem da tela e não apenas os óculos e a tela.
Existem diversos tipos de tecnologia 3D, mas no geral, todas produzem o mesmo efeito. Nos cinemas são utilizados filmes com 24 quadros por segundo, mais do que o suficiente para enganar e pensarmos que as imagens estão em movimento. Na tecnologia atual, as imagens ficam duplicadas e não ganham mais velocidade. Elas são capturadas em dois ângulos diferentes e em algumas câmeras o conteúdo capturado pelas lentes é mesclado automaticamente.
A tecnologia das TVs 3D não é a mesma utilizada na indústria cinematográfica. Cada fabricante tem desenvolvido a sua própria tecnologia para exibir imagens e reproduzir vídeos tridimensionais. A TV 3D possui um chip que processa os quadros de um filme separadamente. E em conjunto com a TV estão os óculos 3D, com lentes de LCD, que projetam as imagens alternadamente para cada olho, enganando o cérebro e dando a sensação de que estamos vendo algo em três dimensões.
O resultado de toda essa combinação é um 3D fenomenal, mas que não supera o 3D do cinema. E essa é uma tecnologia cara, que acaba encarecendo o produto final, a TV. Portanto, será que compensa dispor de uma quantia considerável apenas para ter um produto, que “dizem ser”, de última geração?