Redes inteligentes de energia: esse é o futuro!
Para uma economia crescer de forma vigorosa é preciso investir em infraestrutura.
Há alguns anos, esta afirmação significaria a realização de grandes obras com toneladas de cimento, como estradas, aeroportos, viadutos.
Mas, no mundo de hoje, aplicar recursos em infraestrutura também significa investir em métodos mais inteligentes e eficazes para modernizar os tradicionais setores da economia.
Um exemplo disso é a evolução que as redes de energia devem passar nos próximos anos até alcançarem o conceito ’smart grid’ (rede inteligente, em inglês), que, basicamente, prevê a aplicação das tecnologias mais avançadas do segmento de telefonia no setor elétrico, gerando impactos menos agressivos ao meio ambiente.
O Brasil tem sido muito elogiado por sua economia, mas, em termos de infraestrutura, infelizmente, somos de terceiro mundo.
É preciso pensar no futuro e o futuro é o smart grid. Não adianta somente a bolsa subir e o real se valorizar se não houver evolução na infraestrutura.
O smart grid é um conceito que dá mais independência ao consumidor, que poderá gerar energia e comercializar os excedentes como faz hoje um grande produtor de eletricidade.
Produzir, distribuir e consumir energia é um esquema superado e que, infelizmente, ainda é o utilizado no Brasil. Hoje, na Europa, por exemplo, o consumidor residencial já pode produzir a sua energia e até vender eletricidade para o sistema. E isso precisa chegar ao mercado brasileiro e rápido.
E a instalação deste sistema vai envolver qualidades capazes de permitir a transição da matriz energética para fontes renováveis, incluindo tecnologias que permitam a interatividade do consumidor com o sistema, além de preços de luz que variam de acordo com o horário em que foi consumida e a utilização de carros elétricos em detrimento daqueles que utilizam gasolina.
Outras inovações, como o detalhamento da conta de luz, apontando quanto e a que horas foi o consumo de cada aparelho, o que possibilita a redução do uso da energia também fazem parte do conceito.
A Europa e os Estados Unidos já estão bem à frente quando comparados ao resto do mundo nesta tecnologia. Os americanos, por exemplo, depois de terem eleito o presidente Barack Obama, já contam com um pacote de estímulo econômico, de US$ 4,5 bilhões, para o desenvolvimento do conceito naquele país.
Outra prova de que os EUA sairão na frente neste ramo é a escolha de Steven Chu, prêmio Nobel de física e ferrenho defensor do smart grid, para Secretário de Energia.
A rede de transmissão do Brasil já deu o primeiro passo em direção ao smart grid. Nos últimos meses de 2009, a Siemens e o Centro de Pesquisas de Energia Elétrica (Cepel) da Eletrobrás firmaram um acordo para a modernização do sistema de gerenciamento de energia do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).
O projeto prevê a instalação de um sistema de gerenciamento das linhas de trasmissão que irá integrar os quatro centros de operação regionais e o nacional, a fim de ampliar a comunicação e o compartilhamento dos dados entre as regiões. Esta é uma iniciativa inédita no Brasil e representa um importante salto de qualidade na gestão dos sistemas de transmissão e geração de energia.
O consumidor comum poderá gerar energia, por meio de painéis fotovoltaicos ou minigeradores eólicos. Se uma residência produzir mais energia do que o necessário, o excedente poderá ser vendido à rede, proporcionando desconto na conta de luz.
Usinas térmicas a óleo diesel ou carvão mineral deixarão de ser utilizadas. As formas de produção limpa de eletricidade serão unânimes. Carros elétricos são a tendência mundial. Os automóveis terão baterias possibilitando a venda da energia armazenada à rede nacional.
A conta de luz será detalhada, apontando quanto e a que horas cada equipamento consumiu. O custo da energia irá variar conforme o horário em que o consumo foi efetivado. Ou seja, o preço da luz pela manhã será diferente do custo da noite. Haverá a conta pré-paga de energia. Ou seja, paga antes de usar, mas não usa se não tiver adquirido o cartão pré-pago.
Diante de tanta evolução no setor energético, já está mais que na hora do Brasil se mexer e evoluir nesta área, pois, caso contrário, continuaremos vendo os apagões cada vez mais frequentes por todo o território brasileiro.