Planejando o que NÃO fazer
O planejar é uma ação voltada pra o futuro. Organizações projetam onde desejam estar no futuro e planejam o que deve ser feito hoje, nos próximos meses e nos próximos anos para alcançar os objetivos.
Em geral uma organização possui um planejamento macro, elaborado pela alta administração. Esse planejamento não pormenoriza as ações, o planejamento macro é traçado em linhas gerais, faz-se uma leitura do presente e onde de deseja estar num futuro. O horizonte de um macro planejamento pode ter 10, 5, 3 anos, tudo depende dos administradores da organização e do quão turbulento é o micro-ambiente que ela atua. Quanto mais turbulento o ambiente, menor o horizonte do macro planejamento.
Como decorrência do planejamento se tem os planos, que é a “colocação ordenada daquilo que é necessário fazer para atingir os objetivos”. Os planos definem os recursos que serão necessários e o tempo a ser gasto em cada etapa.
O planejamento pode ser voltado para a estabilidade da organização, esse tipo de planejamento é feito quando a organização é líder de mercado em seu segmento, e está operando em um ambiente previsível e estável. Com isso o planejamento visa à manutenção da posição da organização em seu mercado competidor. O planejamento também poderá ser voltado para uma melhoria da organização. Usado em ambientes dinâmicos e incertos, tem como finalidade o aprimoramento constante da organização, seja para o crescimento de sua participação no mercado, seja para manter a posição onde se encontra, evitando o crescimento de seus concorrentes. O planejamento ainda poderá ser voltado para inovação, quando a organização opera em um ambiente onde tem que prever mudanças e tendências futuras, necessita de um planejamento voltado para a criação constante de novos produtos e/ou serviços, o novo é necessário a todo o momento.
O grande problema é que organizações projetam apenas o que querem fazer e deveriam também planejar os principais riscos a serem evitados.
Entendo que uma distribuidora de alimentos, por exemplo, deveria ter como NÃO planejamento algo do tipo: Um único cliente não representar mais que 10% do faturamento líquido mensal.
Uma empresa de TI poderia pensar em: Não deter todo conhecimento de um projeto nas mãos de apenas um engenheiro/técnico.
Um partido político deveria planejar não ter apenas um líder carismático como seu único representante.
Um órgão público deveria planejar-se para não ter todo o conhecimento burocrático na mente de apenas um servidor.
Uma empresa deveria planejar não ser dependente de apenas um produto para sua sobrevivência.
Em minha opinião planejar o que não fazer é tão importante como planejar o que fazer.