Como se faz um país crescer

Como se faz um país crescer

É preciso usar ferramentas

Chamo de ferramenta qualquer objeto que lhe economize força física. O homem Neandertal quando fazia uso de uma pedra afiada para cortar a carne de um animal que ele havia caçado tinha na pedra uma ferramenta.

Hoje podemos fazer uso de ferramentas muito mais elaboradas e tecnicamente superiores. Mas a mensagem é a mesma: ferramentas nos ajudam a realizar uma tarefa em menos tempo. Ferramentas nos permite ser mais produtivos.

Educação

Para criar ferramentas é preciso pensar. Pensar é um trabalho mental árduo. Pensar dói. Se pensar fosse fácil haveria muitos pensadores e poucos trabalhadores braçais. Mas o que vemos é exatamente o contrário. Isto porque o trabalho braçal é muito mais fácil quando comparado ao intelectual. Quando se observa um profissional bem vestido sentado numa cadeira confortável em um bonito escritório com uma temperatura agravável proporcionada pela ferramenta chamada ar condicionado, se imagina que seu trabalho é mais brando que o do trabalhador que está sob o sol forte e faz uso de sua força física para o trabalho. Errado. O trabalho no escritório é mais árduo, exigiu anos de dedicação mental. O cérebro, fazendo uma analogia com os bíceps, é um músculo, e o hipertrofiar causa dor exigindo treino e dedicação. Não pense ser o trabalho de escritório menos dolorido que o braçal porque isto é um erro.

É preciso haver liberdade econômica

O ser humano não é bonzinho. É um animal igual aos outros e somente resolveu cooperar, pois chegou à conclusão que a coopetição (sic) é mais lucrativa que a vida na selva.

Distribuição de renda não existe. Ninguém deseja distribuir o fruto do seu esforço. O que um governo precisa é criar condições para as pessoas criarem riqueza. Distribuição de renda é roubo, é retirar de quem produziu e entregar a quem não produziu. A sociedade existe, pois nós humanos descobrimos que a cooperação é melhor negócio. E não porque somos bonzinhos e amamos ao próximo.

O capitalista também deseja que as demais pessoas criem riqueza, pois desta maneira elas passam a ter mais renda e podem comprar seus produtos. Quem gosta de pobre é político. Estes não produzem nada e vivem da exploração da ingenuidade destes.

ferramenta

A livre-concorrência é benéfica para todos. Não é preciso haver agências reguladoras (talvez em raras exceções), pois a própria concorrência fiscaliza. Também surgem no mercado empresas certificadoras. Posso citar o selo ABIC para café. Selo que certifica o produto com uma qualidade superior àquela exigida pelo ministério da Agricultura. O Estado não precisa criar ministérios e roubar o cidadão alegando que o está protegendo. O próprio mercado cria o que a sociedade julga ser necessário.

Existem milhares de supermercados. Cada um oferecendo produtos diversos a preços distintos de forma a atender a todo tipo de consumidor. O governo não fiscaliza e define quem merece sua atenção e quem deve ser excluído do jogo. O mercado faz isto.

O Estado é monopolista e não permite concorrência. Tome o lixo do SUS como exemplo. Por que o Estado não permite uma empresa privada concorrer com ele? O governo deveria calcular o gasto anual por cidadão com saúde e permitir que cada cidadão escolhesse a empresa que bem entendesse para gerir sua saúde.

Tenho a certeza que rapidamente o Estado estaria sem clientes e seríamos muito melhor atendidos. A concorrência reduziria custos e ampliaria grandemente a qualidade dos serviços.

É preciso haver poupança e consumo planejado

Eu sei que comprar é prazeroso. Eu adoro gastar dinheiro.

Mas só deveríamos consumir quando realmente pudermos pagar. Quem poupa para consumir assume o controle e deixa de ser refém do estabelecimento. Quem paga à vista faz exigências e pode barganhar melhor preço. Quem toma dinheiro emprestado através do crédito aceita as regras do jogo e paga mais caro no produto. O apressado come cru diz o dito popular.

A tendência a poupar reduz o juro. Com juro mais baixo empresas podem investir em bens de capital (ferramentas) para produzirem mais por menos. Isto reduz custos de produção e consequentemente o preço final do produto ao mercado.

Note como o casamento de ambos é benéfico para todos: o consumidor ao poupar e pagar à vista assume o controle e define o preço que quer pagar; e a empresa ao poder investir a juro menor aumenta sua produtividade e reduz custos, que, parte é refletida numa maior margem de lucro, e outra em um menor preço de venda. Temos uma simbiose econômica onde só há ganhadores.

O empresário quer regras claras

O mercado é uma incerteza genuína. Esta é uma característica endógena.

O governo quando se apresenta como mais uma incerteza mudando as regras do jogo a todo o momento só atrapalha o desenvolvimento econômico. Ele deve apenas assegurar que o jogo seja jogado honestamente. Quando ele age querendo direcionar a economia é um desastre. Ele pode até aparentar estar fazendo a coisa certa, mas as consequências são sentidas no futuro. É semelhante ao halterofilista que faz seus músculos crescerem com o uso de substâncias e não se alimentando adequadamente e realizando atividade física. Ele pode parecer saudável e forte, mas por dentro ele está podre.

O bom governo é aquele se apequena gradativamente e não o que cresce.

crescer

O mercado deve ser livre e de fácil acesso

Enquanto no Chile se leva 48 horas para se abrir uma empresa no Brasil se perde 5 meses. Enquanto o empresário chileno já pode faturar no terceiro dia o brasileiro precisa esperar meses e ter saco para aguentar toda a burocracia. Isto quando ele não precisa molhar a mão de algum burocrata para este cumprir sua função.

Vender seu produto ou serviço deve ser algo simples e facilmente acessível. Não deve haver barreiras para a entrada de novos entrantes num ramo de negócio. Se a empresa for ruim o mercado irá lhe punir não comprando seus produtos. Se ela for fraudulenta seus concorrentes estarão atentos para divulgar suas sabotagens e assim eliminar um potencial concorrente. Não precisa o governo realizar esta ação, o próprio mercado faz.

Menos burocratas e impostos

Os socialistas argumentam que os problemas do mercado exigem intervenção governamental. Mas os problemas de hoje foram causados pelas intervenções do passado. A crise econômica (subprime) de 2008 é fruto do incentivo ao crédito que acontece desde a  década de 1990 e mais aceleradamente após o atentado terrorista de 2001. Aí os governos intervêm para controlar a crise, o que gera uma solução porca com maior problema no futuro. Os EUA não param de imprimir dinheiro para garantir o emprego e não entrar em maior recessão. E os socialistas dizem: - Viu como é necessário o Estado. Mas a impressão de dinheiro sem lastro somente joga a sujeira por baixo do tapete. Daqui uma ou duas décadas se paga a conta dos erros de hoje.

A coisa é muito simples: primeiro se produz e somente depois se consome. Todo crédito deve estar lastreado em poupança real.

É claro que com o monte de merda que os governos fizeram ao longo das últimas décadas fechar a torneira abruptamente geraria uma enorme crise mundial, mas tomar ciência do problema e atacar a causa e não seus efeitos é o que deve ser feito.

A causa das crises é o próprio governo. O governo deve ser reduzido, com isso menos imposto é necessário para sustentar a corja toda. Menos imposto significa menor custo para empresas e mais dinheiro no bolso do trabalhador. Isto estimula a produção e o consumo, e isto sim é sustentável.

Conclusão

O Estado não é deus e, portanto incapazes de fazer previsões. O mercado foi, é, e sempre será soberano.

Só é possível consumir o que se tem. Consumir o que não existe é maquiagem econômica e com certeza dá merda no futuro. Portanto, o crédito deve ser igual à poupança.

Sempre que alguém recebe sem trabalhar alguém trabalha sem receber.