Orçamento doméstico.
A importância de realizar o controle de receitas e despesas através de uma planilha ou software já foi discutida aqui no Efetividade e em todos os demais sites financeiros. Minha proposta neste texto é explanar minha filosofia de onde o dinheiro recebido deve ser consumido. Como a realidade de receitas é diferente de família para família vou expor minhas ideias em termos porcentuais.
Renda e renda extra
Defendo que todo trabalhador deve buscar exercer uma atividade paralela a sua atividade principal. Atividade que lhe gere renda para ser gasto com supérfluo e luxo. Atividade prazerosa, que lhe gere dinheiro sem gerar estresse.
É importante não incorporar os valores recebidos desta atividade aos gastos corriqueiros mensais, pois se isto acontecer você ficará escravo da atividade que exerce e desta forma ela perderá seu sentido e virará uma profissão apenas lhe fazendo trabalhar mais.
Esta atividade deve poder ser descartada quando você não se sentir mais contente ou ela estiver lhe causando estresse ou algum outro desconforto. Ela deve lhe proporcionar dinheiro e prazer, somente o primeiro não é suficiente. O valor recebido deve ser usado em situações pontuais: a troca do carro, uma viagem, a compra de um gadget. São os prêmios que você poderá se dar.
Sua profissão
Seus gastos mensais devem ser providos com o salário recebido de sua atividade principal.
Em minha concepção 5% do salário líquido deve ser economizado para pagar os grandes gastos de todo início de ano: IPVA, IPTU, Conselho Regional, matrícula escolar. É o provisionamento das despesas. Economizando 5% do salário deve ser possível quitar todas estas dívidas à vista em janeiro/fevereiro. E se o valor não for suficiente? Em minha concepção você está vivendo uma vida além do que deveria, meu conselho é reduzir o valor dos bens que possui. Tenha um carro de menor valor por exemplo.
Outros 5% das receitas devem ser economizadas para manutenção. É a pintura da casa, a troca de uma pia, torneira, chuveiro, piso. Aquelas reformas corriqueiras que toda casa necessita de tempos em tempos.
Já se foram 10% das receitas.
Os investimentos visando à independência financeira futura devem ser de ao menos 10%, podendo chegar a 30% das receitas. Penso que devemos economizar e investir não menos que esta quantia. Se você é dizimista, 10% devem ser revertidos para a sua igreja, e num cenário ideal mais 10% deveria ser economizado fazendo um somatório de 20%. 30% para os não dizimistas. Aqui penso em famílias, quem é solteiro e vive com os pais deve economizar mais, revertendo não menos que 50% das receitas para os investimentos.
Observação
Educação é investimento, sendo assim quando falo de uma porcentagem de 30% em investimentos penso que num momento de construção ou lapidação da carreira uma porcentagem deste valor seja revertida para cursos formais ou de aperfeiçoamento, cursos que lhe proporcionarão um aumento das receitas no futuro. Livro também é educação.
5% + 5% + 30% = 40%
Foram consumidos 40% das receitas. Os 60% restantes devem ser usados para o consumo mensal, os gastos normais de qualquer família: água, luz, telefone, transporte, alimentação, mensalidade e material escolar, internet, empregada doméstica, plano de saúdo, lazer, roupas…
Os valores pagos no financiamento da casa devem ser quitados neste mesmo bolo.
Férias e 130 Salário
Estes valores devem ser revertidos para o descanso, para atividades que lhe proporcionem prazer e redução do estresse durante as férias. Como o que dá prazer é pessoal não há fórmula, alguns gostam de viajar, outros podem preferir fazer um curso gastronômico, por exemplo, outros comprarem e lerem uma coleção de livros de ficção científica. Aqui as possibilidades são infinitas.
A reserva de emergências
A reserva de emergência é o valor investido num ativo conversador e liquidez imediata. É o valor a ser usado para suprir alguma necessidade emergencial. Defendo que o valor da reserva deve ser constituído de ao menos 3 vezes os gastos mensais. Para profissionais liberais e comissionados recomendo a reserva de 12 meses dos gastos.
A reserva emergencial deve ser realmente usada para este fim. Extrapolar gastos com compras impulsivas não é emergência e sim falta de planejamento. Emergência são fatores que fogem ao nosso controle: um acidente ou doença, a batida do carro, desemprego ou outro acontecimento pontual que exige dinheiro imediato.
Penso que a reserva de emergência também pode ser usada para algum acontecimento positivo, mas que precise de dinheiro. A mudança inesperada de cidade para assumir um novo trabalho ou uma oportunidade de atualização profissional. Estes casos requerem recursos financeiros, mas são benéficos, pois proporcionaram um aumento da renda. Vejo como positiva o uso da reserva para estes casos.
Termino aqui minha filosofia de administração do orçamento, gostaria que você deixasse a sua opinião e maneira de administrar o dinheiro, com isto eu posso repensar e lapidar ainda mais meu conhecimento.
Obrigado e boa semana.
P.S. Clicando aqui você faz o download da planilha financeira desenvolvida para os leitores do Efetividade blog.
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