O dólar muito baixo preocupa e pode gerar desemprego
O dólar sobe, os economistas reclamam, o dólar cai, eles também reclamam, vai entender.
Um dólar muito baixo é ruim para as exportações, já um dólar muito alto é ruim para as importações, o ideal é o equilíbrio.
A política econômica brasileira em relação ao câmbio é a flutuante, ou seja, o preço da moeda estrangeira sobe e desce de acordo com a oferta e demanda. No último mês o dólar tem caído muito e rompeu a barreira psicológica de R$ 1,60. A queda forte da moeda vem ocorrendo pela entrada de dólares no país devido à capitalização da Petrobras. Muitos dólares chegando, excesso de moeda, queda certa. O BC, dentro do possível, tem comprado à moeda e aumentado às reservas internacionais brasileiras, mas, tal política, ainda não tem sido suficiente.
Uma medida adicional que o governo começou a usar para tentar conter a queda do valor da moeda foi taxar o IOF de 2% para 4%, o que inibe o investimento externo de curto prazo. Essa medida anunciada pelo ministro Guido Mantega é válida apenas para a renda fixa, investimentos em bolsa de valores continuam com a taxação de 2%. Na minha humilde opinião, tal medida não irá conter a valorização do real, pois o principal motivo da valorização de nossa moeda, neste momento, é a capitalização da Petrobras.
Um dólar baixo como o atual diminui os lucros das empresas que exportam, elas produzem em reais e vendem em dólares, isso não é nada atrativo.
Já para empresas que importam, um dólar baixo é só alegria, elas pagam menos por produtos estrangeiros.
Pensando em nós consumidores diretos o momento é oportuno para a compra de gadgets, computadores, notebooks, smartphones e demais produtos importados, eles estão mais baratos, pois são comercializados em dólar.
Para o trabalhador, o dólar baixo pode gerar desemprego. Na minha cidade tem uma grande empresa que exporta compressores. O trabalhador recebe em real, porém a empresa recebe de seus clientes em dólares, ou seja, sua receita vem caindo, porém o salário do trabalhador é o mesmo. Se tal situação se mantiver por muito tempo, demissões acontecerão.
Aí o que acontece? Pessoas demitidas na indústria passam a não ter dinheiro para gastar no comércio, o comércio vende menos e acabam tendo que demitir vendedores, mais pessoas desempregadas e a bola de neve gira.
Um dólar baixo favorece viagens internacionais, isso é bom para quem viaja e não tão bom para o Brasil, afinal, quando se gasta dinheiro aqui é a economia daqui que cresce. Gastando-se dinheiro em outros países ajudamos a economia daquele país a crescer.
Lembrei-me agora de uma palestra que ouvi na faculdade, isso em 2001, de um empresário que havia montado uma franquia do MC Donald´s aqui na cidade de São Carlos. Ele havia assumido algumas dívidas em dólares no final do governo FHC, quando o dólar chegou a ser 1 para 1 quando comparado ao real. Durante a especulação de como seria o governo Lula, o valor do dólar chegou, se não me engano, a 4 para 1, a dívida do empresário quadruplicou e ele estava quebrando.
Um valor de equilíbrio para o dólar hoje seria algo entre R$ 1,90 e R$ 2,40, valores tanto acima quanto abaixo geram desequilíbrio para o país.
A questão é: Como manter o equilíbrio?
Bom final de semana!