O cenário atual é favorável para se investir tanto em Renda Fixa como em Renda Variável
O cenário atual se apresenta favorável para o investidor brasileiro seja qual for seu perfil: bolsa de valores em forte queda e taxa básica de juro (Selic) em alta objetivando conter a inflação de preços.
Eu sei que ver a bolsa perder valor dia-após-dia assusta, mas comprar na baixa e vender na alta é a recomendação de todo analista financeiro. E como ninguém tem uma bola de cristal para saber quando o fundo do poço chegou para realizar a compra, vejo como estratégia ideal o aporte consistente, independente do momento, e em momentos de crise (que é o atual), se possível, a realização de aportes mais robustos. Talvez a retirada da renda fixa e a compra de bolsa.
O Banco Central elevou a Selic em suas últimas duas reuniões e a promessa é de nova subida também na próxima. Uma Selic mais alta aumenta a rentabilidade dos investimentos em renda fixa.
Qual seu objetivo?
Investimentos devem estar atrelados a objetivos. Investir sem saber o porquê se está investindo não faz sentido.
Investimentos visando cobrir despesas de objetos com data fixa: casamento, festa de aniversário, viagem de férias… Devem estar aplicados em ativos sem risco e que não apresente volatilidade negativa. As LFTs do Tesouro Direto são perfeitas, assim como os CDBs e LCIs comercializados pelos bancos.
Como as NTNBs podem apresentar rentabilidade negativa (sua rentabilidade oscila de forma inversamente proporcional a taxa básica de juro), é recomendada a compra objetivando-se mantê-la em carteira até o vencimento. Fazendo assim não há risco e se recebe no vencimento exatamente o valor definido na negociação. Se você não tem a certeza de poder manter o título até o final o melhor é não arriscar. Procure comprar títulos com vencimentos alinhados ao seu objetivo. Por exemplo, se o objetivo é uma viagem ao exterior durante a copa do mundo em 2016 compre títulos com vencimento próximo da data da viagem.
Bolsa é para o longo prazo
Investimentos em bolsa de valores devem ter foco em objetivos de longo prazo, não menores que 10 anos, e de preferência sem data fixa.
O momento é bastante propício para aportes para aqueles que investem hoje em busca de uma aposentadoria em 25 anos, por exemplo. O período de uso dos recursos também, na minha análise, deve ser flexível. O período que se planejou se aposentar e passar a fazer uso do dinheiro pode ser um momento ruim e assim o investidor ter que esperar mais 1 ou 2 anos por um momento mais favorável.
Valores aplicados em bolsa não podem ter data certa para serem consumidos, afinal é impossível prever se na data programada o momento será favorável para retiradas.
Também considero arriscado o aporte em papeis individuais se você não tiver a paciência e conhecimento para monitorar a saúde de sua empresa. Comprar todo um índice é menos arriscado do que comprar papeis específicos. É claro que a compra de empresas podem trazer um maior retorno, mas o risco é proporcionalmente maior.
Investir é traçar objetivos alinhados a seu perfil, e este, por sua vez, tem relação direta com seu conhecimento econômico e financeiro. Você deve realizar mudanças em seus investimentos por uma percepção de oportunidade, ou por seus objetivos terem mudado, afinal mudamos com o passar dos anos.
Sua visão de risco também tende a mudar com o conhecimento agregado, o que, provavelmente, também irá alterar a forma que você aloca seus recursos.
Conclusão
Investimentos devem estar alinhados a objetivos e momentos econômicos ruins não devem alterar de forma substancial suas aplicações. Se a jornada é longa crises são esperadas. Respeite seu perfil emocional. Se você não se sente confortável com a volatilidade da bolsa invista em renda fixa e ainda em títulos que seguem a Selic. Assim você sempre verá rentabilidade positiva em seu extrato.
Antes de pensar em ganhar, pense em não perder.
Seguir a manada nunca levou a melhor rentabilidade, portanto tenha um plano traçado de acordo com seu objetivo.
Crises sempre existirão, e para aqueles que possuem conhecimento sólido e paciência elas se apresentam com outro nome: oportunidade.
Boa semana!