Não gosto e não invisto em ETFs. Será?
ETFs são fundos de ações negociados na Bolsa de Valores. É uma forma passiva de investimento em Bolsa.
Existem alguns tipos de ETFs, eles visam satisfazer os mais variados tipos de investidores. Os mais populares e mais líquidos são os que espelham algum índice. O BOVA11 procura espelhar o índice oficial da Bovespa, o Ibovespa; a aderência não costuma ser perfeita, mas o administrador do fundo procura se aproximar ao máximo possível do índice de referência.
Quem acessa frequentemente esse blog sabe que não sou muito amigo dos ETFs, e hoje explano o porquê de ser contra eles. Vamos lá:
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Não gosto de ser um investidor passivo, gosto de tomar minhas próprias decisões em relação às empresas que decido ser sócio.
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Há incidência do Imposto de Renda sobre o lucro. Quanto maior o tempo de aplicação, maior a lucratividade, consequentemente, mais IR pago.
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Muitas empresas medíocres fazem parte do fundo. Algumas com uma filosofia que vão de encontro aos meus valores, é o caso da CRUZ3, por exemplo.
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Avaliar empresas para a tomada de decisão na compra de um papel me obriga a estudar e me atualizar sempre. Estudando, novas oportunidades aparecem.
Apesar de eu particularmente ser contra, os ETFs possuem vantagens que não devem ser ignoradas pelo investidor, vejamos algumas:
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Diversificação. Você estará investindo em diversas empresas e não apenas em uma empresa. Isso diminui os riscos.
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Menores custos operacionais. Você pagará somente as taxas de compra e venda, mais o IR pago na venda. Ações individuais exigem balanceamento constante, o que encarece os custos operacionais.
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Não há incidência do IR para a venda de ações individuais no valor de até 20k. Quando o patrimônio começa a crescer, balancear a carteira exige vendas de valores acima de 20k, ou seja, não terá como fugir do IR da mesma forma que nos ETFs, com a desvantagem dos custos de corretagem.
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Você não precisa se preocupar muito com seus investimentos, o administrador do fundo faz isso para você.
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Maior rentabilidade no longo prazo. Dificilmente uma carteira individual ganhará de um índice no longo prazo.
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Mais tempo para você fazer outras coisas importantes, afinal você gasta menos tempo pensando na sua carteira.
Minha estratégia de investimento consiste na compra de empresas com uma vantagem competitiva sustentável no longo prazo. Empresas sustentáveis, éticas e com valores alinhados aos meus valores pessoais. Compro, mantenho e reinvisto os dividendos. Só pretendo acumular nos próximos 25 anos, não farei uso desse dinheiro no curto prazo.
Uma forma de aumentar a rentabilidade é investindo em empresas promissoras, as small caps. Só que os riscos são diretamente proporcionais, ou até maiores que os retornos. Sendo assim, decidi comprar, no mês que vem, o índice SMAL11. ETF que investe em empresas menores, menos famosas e portando com maiores chances de crescimento. São empresas em desenvolvimento, empresas que apresentam as maiores possibilidades de lucratividade. É claro que o risco delas não “vingarem” é grande, daí a vantagem do índice, os riscos são diluídos.
Monitorar uma blue chip é fácil, qualquer telejornal noticia o que acontece com a empresa. Agora, empresas menores não viram notícia, por isso a vantagem em comprar o índice e deixar um fundo profissional administrar as empresas promissoras.
Como afirmei no início não sou amigo de ETFs, mas também não sou inimigo, e neste momento irei aproveitar a diversificação que o SMAL11 irá me oferecer.
Aproveito para fazer um agradecimento especial ao amigo Guilherme, do blog Valores Reais. Foi lendo os diversos excelentes artigos escritos por ele que tomei a decisão de investir neste ETF. Obrigado!