Banco Central flexibiliza o depósito compulsório
É difícil entender a lógica do Banco Central. Vivemos praticamente uma estagflação, mas o BC toma a decisão de flexibilizar o depósito compulsório e assim disponibilizar mais 45 bilhões de reais ao mercado.
As famílias já estão mega endividadas e a inflação passa de 6% ao ano, mas mesmo assim os gênios do BC resolveram estimular ainda mais o crédito.
Precisa acontecer mais o quê para o governo notar que o empresário não confia em suas políticas econômicas esdrúxulas? É só uma pesquisa eleitoral mostrar a possibilidade de haver um segundo turno, apontando o crescimento da oposição na corrida presidencial, que a bolsa de valores sobe.
E não é que as opções que temos na oposição sejam muito diferentes do arranjo atual, o problema é que o governo não sabe mais como conduzir a economia. É erro atrás de erro. O ministro Guido Mantega é muito ruim.
Todo empresário deseja regras claras para investir. E clareza na condução da política econômica é o que não existe no ministério da fazenda. As regras do jogo mudam constantemente, aí não há empresa que consiga planejar suas ações.
O Brasil está tão desacreditado no cenário internacional que o governo de Israel chamou o Brasil de anão diplomático, e o nosso governo provou que de fato somos anões ao responder de forma polida tais declarações quando deveria ser mais enérgico.
Até ontem eu estava de férias e assim tive o desprazer de ver mais TV. Afinal estava de férias. É impressionante como se oferece dinheiro “fácil” em todo o horário comercial. São dezenas de financeiras oferecendo crédito para aposentados, pensionistas e mesmo pessoas negativadas. A oferta de carros pelas concessionárias também é farta. E ninguém anuncia preço, apenas o valor da parcela. O brasileiro precisa parar de comprar supérfluo a prazo, economizar e investir, fazer o dinheiro trabalhar, para depois comprar à vista e mais barato. O Brasileiro é refém, pois precisa de dinheiro emprestado. Quando se tem dinheiro para pagar e não somente para financiar o consumidor assume o comando e passa a exigir descontos, um bom atendimento e até mesmo mimos, afinal para ir comprar na concorrência basta atravessar a rua.
A abundância de opções de crédito do mercado brasileiro é enorme: boleto, cartão de crédito, cheque pré-datado. Ter vários cartões é status. Quanta bobagem. Possuir três os mais cartões é desnecessário. Dois no máximo. Eu tenho um só.
Outra área que ficou sofisticada nos últimos anos é a de investimentos. Antes as pessoas colocavam suas reservas na caderneta de poupança e pronto. Hoje existem dezenas de opções e isso abre margem para gurus financeiros. A quantidade de profissionais da área financeira aconselhando erradamente é absurda. Não, bolsa de valores não é para iniciante, fundos de investimentos raramente são bons negócios e título de capitalização não é investimento.
Vai investir? Faça o básico. Compre títulos do tesouro direto. Quer ser bem conservador e não correr risco maior que o mínimo de perder dinheiro? Compre LFT que paga a taxa Selic.
O tempo é seu aliado e você não precisa de liquidez? Compre NTNB-Principal e garanta hoje retorno de 6% ao ano mais a correção inflacionária. Compre e esqueça, e assim você não precisa ficar se preocupando com a variação mensal da rentabilidade. Isso é bobagem, é tarefa para quem vive do mercado. Não é o seu caso.
A reserva de emergência você pode manter em caderneta de poupança, CDB ou LCA/LCI com liquidez diária. Mas lembre-se que o gerente do banco não é seu amigo, ele só lhe oferece o melhor dentro dos produtos comercializados por ele. Nunca ele irá lhe falar que o melhor é você deixar o banco e investir no tesouro direto, por exemplo.
Seu tio ou sogro sabichão também não sabe nada. Os leigos metidos a espertos sempre aconselham a investir em imóvel. Não que estes não possam ser bons negócios, mas este mercado também exige cautela e conhecimento aprofundado. O mercado de imóvel é um mercado de renda variável, portanto de alto risco. Se você não é especialista deixe seu dinheiro no tesouro direto e seja feliz.
Mas terminando, fique atento e seja cético. O governo não ajuda e tem muito falso especialista aconselhando o que é bom para ele e não para você. Como diz uma música do grupo Roupa Nova: bom é bem simples e sem se complicar.
Abraço e boa semana!