Formas de aprendizado, gestores e executores, características pessoais e valores. Ufa, quanta coisa!
Você sabia que pessoas diferentes aprendem de maneira diferente? Claro que você sabia, isto é óbvio. Mas porque nas escolas e nos treinamentos empresariais querem que todos aprendam da mesma maneira?
Algumas pessoas são ouvintes, aprendem ouvindo outra pessoa falar. Outras são escritoras, fazem mil e uma anotações. Existem também os leitores, que aprendem lendo e refletindo sobre o que leram (esse é o meu caso). E ainda tem aqueles que só aprendem na prática.
A grande verdade é que a grande maioria das pessoas nem ao menos sabem como aprendem.
A séria médica House mostra o Dr. Gregory House e sua maneira de solucionar os casos. O engraçado é que ele aprende ouvindo sua equipe, ele tem seus estalos de gênio durante as discussões sobre o possível problema do paciente. Ele faz ligações mentais usando as opiniões de sua equipe, mas ele chega a conclusões que não tem ligação, a principio, com a opinião fornecida por algum médico de sua equipe, mas sem aquela opinião ele não conseguiria chegar a conclusão. Ele é um caso da ficção, mas bem comum na vida real, de alguém que apesar de gênio, só consegue ser gênio quando assessorado por outras pessoas em sua equipe. Quem conhece a série também pode observar que ele apenas diagnostica, ele não executa.
Algumas pessoas são ótimos gestores e péssimos executores, o contrário também é verdadeiro.
Alguns trabalham muito bem sozinhos, tomando conta de todas as etapas, de cada minúcia da tarefa. Já outros precisam de uma equipe que valide suas ações com freqüência, sentem-se mais confortáveis desta maneira.
Existem pessoas que adoram tomar decisões, já outras estremecem só em pensar que a decisão final é delas. Alguns são produtivos sobre pressão e alto estresse, já outros espanam em igual situação.
Raramente você conseguirá mudar seu estilo – nem tente. O melhor é realizar uma atividade que combine com seu estilo. Você se sairá melhor e, tanto a empresa como você sairão ganhando.
Já escrevi que é importante todo profissional buscar trabalhar numa empresa onde seus valores pessoais estejam alinhados aos valores organizacionais, eu sei que nem sempre isso é possível, mas é o ideal numa relação trabalhista. Agora também acontece de uma pessoa ter um talento natural para alguma atividade que vai contra seus valores pessoais. Por exemplo, algumas pessoas são ótimas vendedoras, vendem com maestria, mas não se sentem confortáveis vendendo, ou por não gostarem do produto que vendem ou por acharem que estão fazendo alguém gastar o que não tem em algo que não precisa.
Voltando a série House, ele é um médico com uma preocupação excessiva no diagnóstico e acaba não se importando com o paciente. Ele tem como objetivo descobrir o problema e não salvar o paciente. Em uma das temporadas – se não me engano na quarta – um dos médicos de sua equipe pede demissão, pois, segundo ele mesmo, estava se tornando um “House”, ou seja, menos preocupado com o paciente e mais preocupado em diagnosticar corretamente o caso. Ele alegou que fez medicina para amenizar o sofrimento das pessoas e com a busca implacável pelo diagnóstico ele estava perdendo o foco dos seus valores. O que ele descobre na temporada seguinte, quando retorna a trabalhar na equipe de House, é que ele realmente é bom naquilo, mesmo indo contra seus valores pessoais.
Aí fica o dilema, o que fazer? Eu não tenho resposta, você tem?
Algumas pessoas possuem uma habilidade incrível em gerenciar o tempo de maneira eficaz e conseguem alta produtividade por administrarem suas atividades ao longo dos dias, meses e anos com eficiência.
Outras pessoas não são tão produtivas e muitos, e elas mesmas, pensam ser uma falta de competência. De certa forma estão certas e erradas ao mesmo tempo. A falta de competência pode estar apenas no gerenciar do tempo e não no executar de suas atividades. Uma solução seria terceirizar a agenda para alguém com essa habilidade, talvez contratar uma secretária, em casos empresariais, ou pedir ajuda a um amigo organizado, em casos pessoais.
Recentemente atendi um amigo que estava tendo dificuldade com sua monografia de conclusão de um curso de especialização. Ele tinha o tema definido e era competente para escrever sobre ele, só que não conseguia. Ele veio me pedir ajuda e em 2 horas de conversa percebi que faltava a ele apenas estruturar as etapas do trabalho. Em uma página A4 o ajudei a planejar as etapas a serem seguidas e o tempo médio a ser gasto em cada uma das etapas, assim como número de páginas. Pronto, uma luz se acendeu para ele. Meses depois seu trabalho estava pronto. O que faltava a ele não era competência para fazer a monografia e sim apenas saber planejá-la.
Já escrevi demais, mas concluindo, o que quis dizer neste artigo é que: Existem maneiras distintas de aprendizado e você deve encontrar a sua maneira; alguns são ótimos gestores e péssimos executores, sendo o contrário também verdade; algumas pessoas trabalham bem sozinhas, outra não; é difícil mudar uma característica; nossas melhores habilidades podem ser contrárias aos nossos valores e, às vezes, o que falta é um planejamento adequado com uma visão generalista e não competência.