Dentadura: seus dias estão contados.
O doloroso processo de adaptação de uma prótese dentária (a famosa dentadura) poderá chegar ao fim.
Cientistas da Faculdade de Odontologia da USP, juntamente com pesquisadores britânicos, estão desenvolvendo uma pesquisa com células-tronco dentárias – extraídas de dentes de leite – com objetivo de criar um dente vivo. Este dente poderá ser utilizado para “remendar” a dentição danificada ou até recriá-la.
Uma das grandes vantagens em utilizar este tipo de células-tronco para pesquisa é a facilidade de acesso. Nós, seres humanos, possuímos 20 dentes de leite na infância e eles caem naturalmente (às vezes, com uma pequena “ajuda”). Outra vantagem é a questão ética. Não há debates polêmicos como é o caso das células-tronco embrionárias.
Mas por que somente os dentes de leite e não os dentes permanentes? As células dos dentes de leite crescem mais rapidamente que as dos dentes permanentes e, ainda, podem se especializar em células formadoras dentes, neurônios e até outros tecidos do corpo.
Esta pesquisa iniciou-se em 2000, com um grupo de cientistas australianos que descobriram a presença de células-tronco em dentes de leite. Em 2004, cientistas britânicos conseguiram construir um dente no rim de um camundongo utilizando apenas células-tronco.
Agora, será que a dentadura vai se aposentar mesmo?
Os pesquisadores acreditam que esta técnica estará disponível em 15 anos ou até menos. Aparentemente, é muito tempo, mas, se estiver disposto a não usar a velha dentadura, vale a pena aguardar.