Conhecimento, competência e networking
Há algumas semanas atrás escrevi sobre o tripé da empregabilidade: conhecimento, competência e networking. Agora gostaria de detalhar um pouco mais sobre o tripé, vamos lá:
Conhecimento – é algo teórico, é o saber sobre alguma coisa. Sempre que estou dando aulas uso como exemplo a disciplina “Instalação Elétrica” que cursei em três módulos no meu curso Técnico em Informática, isso lá no final da década de 1990. Nestes módulos adquiri o conhecimento de como executar a instalação elétrica de pequenas obras com até 250m2 de construção, olha que 250m2 dá uma bela de uma casa. Conhecimento eu tinha, mas morria (e ainda morro) de medo de eletricidade. O que quero dizer é que somente o conhecimento não basta, não é suficiente. Conhecimento é importantíssimo, só que precisa vir acompanhado da competência.
Como adquirir conhecimento?
Nos dias de hoje não é algo tão complicado. A Internet é uma rede imensa de conhecimento ao clique do mouse, basta boa vontade em procurar. Existem livros online, cursos gratuitos, sites e blogs com conteúdos fantásticos. Ainda existem diversos cursos com preços super acessíveis, cursos para todos os gostos e bolsos. Basta você escolher como e onde buscar conhecimento, opções não faltam.
Competência – é o saber fazer. O pedreiro, por exemplo, não tem o conhecimento de um engenheiro civil, mas tem a competência necessária para fazer à obra. A competência vem com a prática, quanto mais eu pratico, quanto mais eu treino, mais competente eu me torno. O mercado de trabalho vem exigindo que tenhamos competência alinhada à teoria, ou seja, ao conhecimento.
Como conseguir uma oportunidade?
Realmente é um paradoxo – empresas querem profissionais experientes, porém não dão oportunidade para os jovens começarem. Então como ser competente, ganhar “rodagem” se ninguém lhe dá uma chance? A resposta é: estágios e serviços voluntários. Estas são boas maneiras de se inserir no mercado de trabalho. Também não pense que você vai terminar seu curso técnico ou mesmo superior e vai estar empregado em sua área e com um salário compatível com os profissionais desta área. Isto é ilusão. Em geral começamos de baixo, até mesmo totalmente fora de nossa área de formação. Ai vamos galgando aos poucos. Neste momento mais vale o aprendizado do que o salário, mais vale o potencial e prestígio da empresa do que o cargo que você irá exercer. Pense nisso.
Networking – é a habilidade social em manter relacionamentos pessoais que possam lhe garantir boas referências. Você não precisa querer aparecer, mas marque presença sempre. É importante estar presente nas confraternizações da empresa, participar do cafezinho em cursos de atualização – aqueles que em geral duram uma semana ou mesmo apenas um final de semana. Troque cartões de visita, sorria, seja cortês e simpático. Seja notado tanto pelas suas habilidades técnicas quanto sociais. Afinal ninguém quer contratar alguém com uma alta capacidade técnica e sem habilidade social alguma. Veja o filme Sem Reservas (2007) e note a total falta de habilidade social da protagonista do filme (Catherine Zeta Jones), ela é a melhor Chef de Cozinha, porém é insuportável.
Sou tímido, como faço?
Ser tímido não é um problema, pode até mesmo ser uma arma. O tímido, em geral, é alguém discreto e muitas empresas valorizam isso. Agora se sua timidez lhe impedir de agir ela é um problema, procure ajuda profissional. Muitos confundem networking com puxa-saquismo ou falsidade, mas networking não tem nada a ver com isso. Mantenha contatos com ex-colegas de faculdade, procure participar de fóruns de discussões sobre assuntos de sua área, seja presente junto aos seus professores, em resumo, faça parte das tribos, não se isole.
Boa sorte e sucesso!