Como é definido o juro cobrado num empréstimo?

Como é definido o juro cobrado num empréstimo?

Essa é uma questão interessante que podemos tentar responder. Digo tentar porque são diversos fatores que definem o valor do juro cobrado ao se fazer um empréstimo.

O cliente

Um cliente com bom histórico de empréstimos realizados e quitados em dia, ao realizar outro empréstimo pode negociar melhores taxas em vista da confiança conquistada.

Servidores públicos, aposentados e pensionistas, por terem renda garantida, não correndo o risco de ficarem desempregados e assim não arcar com suas obrigações, em regra, também pagam taxas menores.

Já profissionais autônomos e comissionados, por não terem uma garantia de renda mensal, são clientes de alto risco e por isto pagam maiores taxas ao realizar empréstimos.

O bem a ser adquirido

Outro fator importante ao se definir o juro cobrado é o bem a ser adquirido pelo cliente. Para a compra de ativos reais é possível se conseguir menores taxas.

Ativos reais são produtos que existem de fato e podem ser reavidos em caso de inadimplência: automóvel e moradia. Já o empréstimo realizado para a compra de ativos não reais, aqueles que em caso de calote fica mais difícil à recuperação do bem, o valor do dinheiro fica mais caro.

Uma pessoa física que busca um empréstimo para montar um negócio próprio pagará valores muito mais altos do que outra que busca dinheiro para comprar um carro. O entendimento para isto é simples: se o negócio próprio não der certo, ficará difícil o cliente arcar com as prestações, pois seu negócio não gerou o resultado esperado. Já, no exemplo do carro, em caso de não pagamento das parcelas o carro vai para leilão e a financeira revê o valor que lhe cabe.

Agora na comparação do financiamento do carro com a casa própria. A casa é um ativo real e imóvel, a possibilidade de ela ser extinta é pouquíssimo provável. Sendo assim, o empréstimo destinado à compra da casa própria é o menor do Brasil pelo fato de caso a pessoa deixe de pagar as parcelas ela tem a própria casa penhorada para quitar a dívida. Já o carro é um bem de maior risco: ele pode ser roubado e danificado com mais facilidade, por isto que o empréstimo para adquiri-lo é maior do que o da casa, porém ainda menor que o valor a se pagar em empréstimos com a intenção de investir em um negócio próprio.

Investimentos

Investimentos com lastro em ativos reais tem rentabilidade mais previsível. Eu disse previsível e não necessariamente maior. Veja as LCIs. Como ao investir nelas na verdade você está emprestando seu dinheiro para a construção de moradia, ou seja, o lastro é um bem físico, o retorno da construtora é certo, sendo, portanto também certo o retorno da instituição que emite a LCI.

Já a compra de ações tem seu lastro na possibilidade de crescimento da empresa e como consequência a geração de lucro para seus acionistas. O lastro não é líquido, pode não acontecer o esperado. Por isto que o investimento realizado em ações é de alto risco.

Agora, como já sabemos, quanto maior o risco maior as chances de retorno ou o pagamento de juros: retorno quando você investe e juro quando você paga.