Como conter a inflação de preços
O Banco Central através de seu Comitê de Política Monetária elevou a taxa básica de juro da economia em 0,25 ponto porcentual passando a Selic para 7,50% ao ano.
A intenção ao elevar o valor do dinheiro é conter a inflação de preços que estourou o teto da meta e chegou a 6,59% em 12 meses.
Inflação de preços é o aumento no preço dos produtos e serviços. O índice de preços ao consumidor amplo (IPCA) afere a oscilação no valor dos alimentos e bebidas, transporte, habitação, saúde e cuidados pessoais, despesas pessoais, vestuário, comunicação, artigos de residência e educação. Este índice é genérico e é o oficial do governo para aferir a inflação.
A inflação de preços é apenas a consequência da inflação monetária, esta é a inserção de moeda na economia sem lastro, ou seja, sem a criação de produtos ou a prestação de serviços correspondentes. O Banco Central simplesmente imprime moeda e realiza gastos com a intenção de estimular a atividade econômica e fazer o Brasil crescer. O excesso de moeda gera um aumento generalizado nos preços, pois quanto maior a demanda, e com mais dinheiro circulando ela aumenta, a tendência é de elevação dos preços.
A lógica é simples: se há muita gente querendo comprar o preço sobe. Quando a procura diminui ele cai.
Ao elevar a Selic o Banco Central indica que imprimirá menos dinheiro sem lastro e portanto o valor dos empréstimos irão subir.
Com uma elevação tão tímida como foi esta última realizada pelo Copom a inflação não será contida. O governo na verdade não sabe como contê-la sem mitigar o crescimento. E não sabe por que realmente não existe solução. Se o governo realmente deseja conter a inflação de preços ele terá que acabar com a inflação monetária, e para isto eu apresento algumas possíveis soluções:
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O Banco Central parar, eu disse parar e não diminuir, de expandir a base monetária;
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O Banco Central aumentar o valor do depósito compulsório;
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O Banco Central vender títulos públicos;
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O Banco Central não permitir aos bancos comerciais criarem moeda escritural;
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O governo aumentar o superávit primário;
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O governo diminuir impostos;
É claro que estas medidas não são doces, são amargas e com certeza gerariam uma recessão econômica. Mas todo remédio é ruim e necessário.
O Brasil para crescer de maneira sustentável precisa aprender a consumir com parcimônia e sabedoria, poupar e investir; e investir principalmente em educação.
Ainda é preciso deixar o real se apreciar frente ao dólar e não usar de medidas artificiais para desvalorizá-lo. Facilitar a importação, deixar de valorizar empresas nacionais e pequenas empresas e estimular a livre concorrência.
Nossa economia deixou de crescer pela falta de confiança do empresário no governo. A equipe toda (Dilma, Guido Mantega, Alexandre Tombini Manoel Dias, Fernando Pimentel, Marco Antonio Raupp, Gleisi Hoffmann) está perdida e são incapazes de criarem políticas que gerem confiança no empresariado. Elas mudam a todo o momento o que torna impossível o planejamento de qualquer ação empresarial.
O crescimento só irá acontecer com a percepção de segurança do empresário no governo, quando o empreendedor tiver a certeza que pode realizar investimentos de longo prazo, pois as regras não mudarão no meio do jogo. Quando o valor do juro for legitimamente definido pela propensão a poupar das pessoas.
Um governo precisa ser seguro e mostrar ao capitalista que ele pode realizar suas ações com segurança, pois não haverá interferência e expropriação governamental.
O que falta ao Brasil é credibilidade e quando não confiamos não colocamos dinheiro.
Boa semana!