Come-cotas: saiba quais os cuidados que você deve ter com essa tributação

Come-cotas: saiba quais os cuidados que você deve ter com essa tributação

“Onde você estiver, eu estarei lá”, já dizia o grande Julius, pai do Chris, da série Todo Mundo Odeia o Chris. Eles, os impostos, podem dizer a mesma coisa. Já sabemos que eles estão em toda parte, não é mesmo? Até nos fundos de investimento, onde a gente esperava receber, em vez de pagar.

Tudo bem, faz parte da vida. Mesmo assim, fundos de investimento podem ser uma opção interessante para quem quer poupar e fazer o dinheiro render. Mas para não ser pego de surpresa, é preciso entender como funciona a tributação, e um personagem que a gente não vê, mas está lá: o come-cotas.

Como é a cobrança de imposto nos fundos de investimento?

Quando você retira o dinheiro de uma aplicação, uma porcentagem do que o dinheiro rendeu no tempo em que ficou aplicado vai para o governo. Mas essa cobrança é regressiva, ou seja, quanto mais tempo o dinheiro fica investido, menor o imposto. Para a cobrança do Imposto de Renda, os fundos são classificados de duas formas: Curto Prazo e Longo Prazo. Funciona assim:

Fundos de Curto Prazo:

• Até 180 dias: 22,5%

• 181 dias ou mais: 20,0%

Fundos de Longo Prazo:

• Até 180 dias: 22,5%

• De 181 a 360 dias: 20,0%

• De 361 a 720 dias: 17,5%

• 721 dias ou mais: 15,0%

O que é o come-cotas?

Come-cotas é uma antecipação desse imposto que o governo recolhe automaticamente de diversos fundos de investimento, como multimercado, de renda fixa, cambiais e DI. Essa cobrança ocorre duas vezes por ano, sempre no último dia útil de maio e de novembro. O valor recolhido sempre será o menor da tabela, ou seja, 20,0% para os fundos de Curto Prazo, e 15,0% para os fundos de Longo Prazo.

Alguns tipos de investimento, como fundos de ações, têm a cobrança do Imposto de Renda, mas não o come-cotas.

Mas por que esse nome? Porque o valor do imposto é retirado das cotas que você adquiriu.

Explicando melhor: todo fundo de investimento é dividido em cotas. Quando você investe, você está na verdade comprando cotas. Por exemplo: se você aplicou R$ 3.000,00 em um fundo de renda fixa em que cada cota valia R$1,00, você passou a ter 3.000 cotas.

Qual o tamanho da mordida?

Digamos que cada uma das 3.000 cotas do exemplo acima agora vale R$ 1,20, e hoje é 31 de maio, dia do come-cotas. Nesse caso, você está agora com R$ 3.600,00. A conta é simples: 15% do rendimento dão R$ 90,00. Mas esse valor é debitado das suas cotas, ou seja, são 75 cotas a menos. O que deixa você com 2.925 cotas.

Então vou pagar imposto duas vezes?

Não. Quando efetuar o resgate, você pagará apenas a diferença entre o percentual da tabela e o do come-cotas. Por exemplo: se no momento do resgate a sua taxa for de 20,0% e o come-cotas já foi deduzido, o imposto pago na retirada será de 5%.

Cuidados que você pode ter

Então será que essas opções valem a pena, mesmo com o come-cotas? Dependerá muito da performance do fundo. Então, procure fundos de investimentos que tenham uma rentabilidade interessante.

Alguns deles podem ser bem atrativos e compensam a mordida do come-cotas. Conhecer a composição do fundo e o histórico de rendimentos vai te dar uma ideia do potencial de rentabilidade. Também leia o regulamento para saber se ele é de Curto ou Longo Prazo.

E lembre-se, como a economia está sempre mudando, os fundos também mudam. Talvez um investimento que antes parecia bom deixe de ser, e vice-versa. Sempre procure as melhores opções.

Concluindo

Se você aplica em fundos de investimentos, o come-cotas provavelmente estará lá, papando algumas cotas a cada seis meses. Mas lembre-se: ele é só uma antecipação do imposto, você não está sendo cobrado duas vezes. E se você procurar as melhores opções do mercado, poderá ter ganhos bem interessantes.

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