Cinco "s". Uma filosofia pragmática.
Definir-se é limitar-se. Mas não posso negar que tenho uma forte tendência a ser pragmático, pelo menos nas decisões profissionais. O pragmatismo é uma filosofia que defende, basicamente, que a utilidade define o valor de um pensamento, uma ideia, uma organização.
A liderança pragmática é voltada para resultados. O líder pragmático, muitas vezes, adota um estilo agressivo e até mesmo individualista. Mas, sem dúvida, é possível ter uma visão pragmática sendo democrático e agregador.
Eu gosto muito de estudar, e quando se lê uma teoria em um livro ela aparenta ser muito simples e de fácil aplicabilidade. Mero engano.
Uma teoria ou filosofia muito conhecida e ensinada nas escolas de administração é a denominada “5s”. Ela teve início no Japão após a segunda grande guerra. O nome “5s” é originário de cinco palavras no idioma japonês – Seiri (utilização), Seiton (organização), Seiso (limpeza), Seiketsu (padronização), Shitsuke (disciplina).
A teoria é linda, maravilhosa. Quando a estudamos ficamos empolgadíssimos e queremos logo coloca-la em prática: do escritório ao nosso guarda-roupa. Ao se abordar a teoria dentro da organização ela é bem aceita, é raro alguém discordar da utilidade dos “5s” para a melhoria organizacional e pessoal. O problema surge ao tentar efetivar a mudança.
É interessante quando olhamos o primeiro “s”, o de utilização. Em tese devemos descartar tudo aquilo que não é utilizado ou é obsoleto. Já tentou fazer isto com suas roupas? É difícil né? Sempre alguma coisa tem um valor sentimental que mesmo sabendo que não iremos mais fazer uso, temos um dó de jogar fora ou doar para alguém que irá realmente utilizar. Dentro da organização a mesma coisa acontece. Entender o “s” “utilização” é fácil, pratica-lo que é difícil. É ainda mais difícil quando determinado recurso é utilizado por muitas pessoas, cada uma vê sua utilidade de um jeito, alguns querem logo descartar, outros, mais conversadores, querem guardar num armário pensando que no futuro pode ser útil.
Agora pense no “s” “organização”. Alguns são metódicos, fascinados por organizar tudo. Já para outros, organizar pode ter uma conotação bem mais simplória. Ao implementar o programa “5s” organizamos desde mesas de trabalho até processos e rotinas administrativas. E aqui podemos caminhar até o “s” “padronização”. Organizar e padronizar são o ideal, porém nada fácil. Cada um tem um jeito de fazer e ao se tentar padronizar, cada um quer que o seu “jeito” seja o adotado como padrão.
O “s” “limpeza” tem uma conotação ampla. A limpeza vai muito além de um ambiente limpo. Ela passa por um corpo limpo e saudável. Aqui destaco a importância da prática de uma atividade física regular e uma alimentação saudável para isto. O senso de limpeza também envolve uma mente limpa e, para isto, você deve estar bem consigo mesmo. Trabalhar em um ambiente onde seus valores pessoais estejam alinhados aos organizacionais é fundamental.
O “s” “disciplina” é a manutenção de todo o sistema. Começar a mudança não é difícil, já finalizar leva tempo, meses. O entendimento de cada um dos 4 sensos é amplo e profundo, eles não são simples, envolve mudança de paradigma. Exige esforço, dedicação e monitoração constante. A disciplina consiste em manter os demais “s” sempre ativos, pouco adianta implementar e abandonar a filosofia depois. Por isso da importância da disciplina.
O “5s” é uma metodologia, a meu ver, pragmática. É útil e produz mudanças significativas tanto para a organização quanto para os indivíduos dela. Agora, sua implementação demanda um líder democrático, disposto a ouvir e incentivar a participação de todos.
E você, o que pensa dos “5s”? Conte-me sua experiência.
Boa semana!