Avatar: o filme
Como quase todo mundo fui assistir o filme avatar.
Gostei bastante, bom filme, recomendo.
Nesta semana, sai com o pessoal da minha turma na universidade, para comemorar 5 anos de conclusão do curso de administração, nos encontramos num barzinho. Foi tudo muito agradável: lembramos vários momentos, conversamos sobre o rumo que cada um tomou na vida, e um montão de outras coisas. Em conversa com a Patrícia, administradora e empresária, falamos sobre como lidar com as pessoas no ambiente de trabalho e lembramo-nos de um comentário de um professor de que dizia: Nunca seja amigo de seus funcionários, não dá certo. Com nossas experiências profissionais, ela como empresária e eu como professor e servidor público, chegamos a uma conclusão oposta do conselho dado pelo professor – é bom ser amigo de seus subordinados. Ser amigo não é ser bobo, ser amigo é ser justo, ser empático e coerente em suas ações.
O que o filme avatar tem haver com isso?
Não quero contar toda a história do filme, você pode não tê-lo assistido ainda. No filme a raça humana deseja explorar um minério valioso, presente no planeta Pandora, que pode ser a solução para o problema de energia na Terra. Jake Sully, ex-fuzileiro naval, é uma espécie de detetive que se introduz em Pandora com a missão de estudar o povo daquele planeta para melhor conhecê-los, mas sua real intenção é roubar-lhes o minério tão desejado. Jake passa a ter uma vida dupla – uma com seu avatar vivendo em Pandora como um deles e outra como o soldado do comandante da missão, passando-lhe todas as informações pertinentes sobre os hábitos e costumes do povo, assim como detalhes importantes do planeta Pandora.
A comparação que desejo fazer está na relação do ex-fuzileiro Jake com o povo de Pandora e a relação de patrão com seus subordinados em qualquer organização. Jake, no filme, tinha uma missão e se desviou dela ao se relacionar com o povo de Pandora, ao entender seus problemas, suas crenças, prioridades, medos e desejos. Passou a pensar como um deles. A visão superficial que ele tinha foi reformulada ao entender a cultura daquele povo, ao se preocupar com seus problemas. Na empresa vejo chefe e subordinado em mundos diferentes, com interesses diferentes – um nunca está disposto a entender o outro, a ser empático com o outro. Cada um visa apenas os seus interesses. Assim como Jake não foi capaz de concluir sua missão ao interagir e ver a situação a partir dos valores do povo de Pandora, muitos chefes e subordinados agiriam diferentes se realmente procurassem entender o “mundo” do outro, e não apenas medir os problemas com a própria régua particular.
Em minha conversa com a Patrícia ela me relatava da dificuldade do diálogo do setor de marketing com o setor financeiro de sua empresa. Marketing sempre querendo gastar e o Financeiro sempre falando que não há dinheiro a gastar. O problema só foi resolvido quando ambos os gerentes mergulharam a fundo no “mundo” do outro. Marketing e Financeiro procuram resolver as diferenças com empatia pelo outro, tanto pela pessoa como pelo setor. Isto é maturidade profissional.
Para concluir o que quero dizer é que você deve realmente entender a fundo, sejam departamentos, sejam pessoas, sendo elas chefes ou subordinados. Analisar os fatos de todos os ângulos, com todas as particularidades e tomar a decisão correta. Isto é liderar, isto é ser um bom profissional.