As 3 etapas de um plano de investimento: criação, implementação e manutenção
Um plano de investimento possui 3 etapas: a) criação, b) implementação e c) manutenção.
A criação do plano é etapa fundamental, pois deve levar em consideração os objetivos. Objetivos de curto e curtíssimo prazo requerem conservadorismo, e ser conversador é aplicar o dinheiro em ativos de renda fixa.
No curtíssimo prazo (até 1 ano) a meta deve ser proteger o poder de compra do dinheiro, as alternativas são poucas: poupança, CDB, LCI. Dificilmente se consegue rentabilidade atraente em CDBs e LCIs para valores abaixo de R$ 5 mil, sendo a poupança, provavelmente, a aplicação mais atraente. Para valores um pouco mais robustos e tendo um horizonte de ao menos 6 meses, bancos menores podem apresentar boas alternativas. Os bancos de segunda linha apresentam investimentos atrativos para valores partindo de 5k em CDBs e opções ainda melhores em LCIs e LCAs, mas aí o valor do aporte já precisa ser mais robusto. Mas não espere grandes retornos, com a SELIC em 7,5% o retorno será baixo comparado ao passado da renda fixa brasileira.
No médio prazo (entre 2 e 10 anos) já descartamos a poupança como alternativa, além de garantir o poder de compra do dinheiro fazê-lo multiplicar também é o desejo. Se o objetivo tiver data definida, deve-se ainda ser conversador, mas ativos de renda variável, como os Fundos Imobiliários, devem ser acrescidos à carteira. Em um horizonte de 10 anos eu não descartaria uma alocação em ações através de ETFs, uma exposição mais acentuada nos 5 primeiros anos com redução gradativa nos 3 anos seguintes. Nos últimos 2 anos voltaria a ter uma carteira protegida com ativos apenas de renda fixa.
Para prazos longos, 30 anos, por exemplo, eu recomendo uma forte exposição em renda variável, algo entre 80 e 100% nos primeiros 20 anos e uma redução gradual nos anos seguintes.
Os planos de longo prazo são mais flexíveis. Todo plano traçado é fundamentado em parâmetros econômicos, situação pessoal e ofertas de investimentos do mercado. Ele exige revisão e ajustes anuais, pois é fato que todos esses aspectos mudam com os anos. Agora a mudança não deve ser pautada como reação a um mercado de baixa, mas por fatores realmente relevantes: o nascimento de um filho, a perda do emprego, uma quinada na carreira que multiplicou seu salário por 3 em 1 ano. Estes sim são acontecimentos que farão você mudar seus objetivos e consequentemente rever o plano.
É importante redigir o plano, ficar com ele apenas na memória não é suficiente. Você poderá esquecê-lo e até mesmo tentado a mudá-lo movido por uma forte carga emocional. Tomar uma decisão de investimento num mercado de baixa ou mesmo de alta dificilmente será uma decisão sensata.
Agora se a criação já é tarefa árdua, a terceira etapa, a manutenção, é ainda mais. Numa estratégia de alocação 50/RF/50/RV é dificílimo na data programada vender os ativos mais valorizados e adquirir os que tiveram menor valorização, ou mesmo prejuízo, para assim manter a alocação porcentual entre RF e RV.
Não tenho dúvida que a manutenção é a etapa mais árdua e onde mais os investidores se enrolam. Não é fácil manter-se disciplinado durante tantos anos.
Revisando então, as três etapas são: criação, implementação e manutenção. Onde a criação é a etapa mais importante e a manutenção a mais difícil. Implementar o plano é a fase mais gostosa, onde mensalmente seguimos o planejado, adquirindo ativos conforme o estabelecido na etapa de criação.
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