A propaganda e seu estimulo ao consumo desenfreado. Educação financeira já!
A briga é desleal.
Enquanto alguns poucos blogs procuram discutir educação financeira o mercado publicitário através de propagandas cada vez mais agressivas colocadas em todas as mídias, principalmente TV e Internet, incentivam um consumo desenfreado e sem responsabilidade alguma.
A publicidade tem vendido uma falsa ideia que o sucesso é alcançado através do consumo. Que aqueles que possuem as novidades tecnológicas mais recentes e ostentam marcas famosas são pessoas bem sucedidas.
Não cai nessa. Sucesso, riqueza e felicidade não são medidos pelo consumo irresponsável, muito pelo contrário, só são alcançados com equilíbrio financeiro e pessoal.
Bancos também fazem propagandas com um suposto incentivo ao crédito consciente quando na verdade estão dizendo: venha pegar dinheiro emprestado e gastar. Se realmente estivessem incentivando o crédito responsável orientariam seus potenciais clientes a não consumir com tamanha ferocidade, perguntariam o porquê da realização do empréstimo e orientariam o consumidor do juro absurdo cobrado e desestimulariam a compra de dinheiro para a compra de produtos desnecessários e supérfluos.
A educação formal também não tem feito nada para educar o cidadão. Já passou da hora de escolas públicas e privadas terem disciplinas ligadas à educação financeira desde o ensino fundamental. Não faz sentido algum adolescentes serem ensinados a calcular uma equação de segundo grau com duas variáveis quando na verdade não entendem o alto valor pago de juro ao financiar um veículo ou um produto qualquer em um grande magazine.
A educação financeira pouco tem haver com matemática, ela está mais ligada à conscientização econômica e ao entendimento de como o consumo não planejado é prejudicial ao crescimento de um país. Ninguém precisa ser um especialista em números para entender e aprender a calcular o juro embutido na compra de qualquer bem ou serviço financiado.
O planejar os gastos de hoje para continuar a poder consumir amanhã deveria ser ensinado antes de o jovem ingressar no mercado de trabalho. Todos deveriam chegar ao mercado de trabalho consciente da necessidade de se economizar e investir ao menos 10% da renda líquida. Tal prática deveria ocorrer desde o primeiro salário.
Também não posso deixar de falar da responsabilidade da família. Cada vez mais os pais tem terceirizado a responsabilidade de educar para professores. Quando falamos em educação financeira o cenário ideal seria o estudante aprender na escola a teoria daquilo que nota acontecer em sua casa: um consumo consciente e planejado dos gastos familiares.
No Brasil também criamos o péssimo habito de dizer que salário não se discute. Por quê? Eu digo que salário se discute sim. Deve ser conversado e debatido em casa como administrar as receitas da família de forma a consumir, poupar e investir. Tal prática deve ser um hábito familiar. Hoje é mais fácil se falar sobre sexo do que sobre finanças. Parece piada, mas é fato.
Para realmente crescermos como país se faz necessário muitas mudanças. Paradigmas precisam ser quebrados e novos modelos construídos. Um deles é esperar e culpar o governo. O governo nada mais é que o reflexo da nossa população, então se queremos mudar o governo temos que mudar a nós mesmos.
Não espere a mudança acontecer, seja a mudança e contamine a todos.