A diferença entre Ser e Ter
Hoje quero filosofar um pouco. As frases serão confusas, às vezes de difícil entendimento e compreensão. Poderão lhe parecer doidas, malucas, mas hoje o objetivo do meu texto não é responder, não é facilitar, muito pelo contrário, é questionar, indagar e fazer você pensar.
Para isso você terá que ampliar sua mente. Esqueça sua forma ocidental de pensar e formular conclusões; deixe sua mente aberta a receber, sem julgar com regras mentais que você já tem. Neste momento não existe certo ou errado, bonito e feio. Somente leia e compreenda, sem me julgar, só tente compreender o que escrevo.
A diferença entre Ser e Ter é que o Ser é o que você é, é o que você acredita, são suas crenças. As crenças formam sua identidade e tem caráter altamente subjetivo. Já o Ter são ideias, o Ter é exterior a nós, é algo desejado, ou não, que quando adquiridos mudam, moldam o Ser.
Ortega y Gasset (1942) diz:
> > Enquanto nossas ideias nascem da dúvida e permanecem nela, as nossas crenças nascem da ausência dela. > >
Nós SOMOS o que acreditamos, porém TEMOS ideias.
Nosso mundo moderno quer provar tudo através da ciência. O que é tido como verdade é aquilo que pode ser comprovado cientificamente. Mas a ciência é apenas mais um tipo de conhecimento entre muitas formas de conhecimento existente mundo a fora. O conhecimento cultural e religioso não deixa de ser tão importante como o conhecimento científico.
Veja como nossa cultura ocidental descarta o conhecimento oriental, indígena e africano. Veja como somos tão arrogantes que sempre queremos convertê-los, sempre achamos que eles não compreenderam a “verdade” e nem sequer notamos que a verdade faz parte do Ser.
Em algum trecho da Bíblia está escrito:
> > Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará. > >
Os cristãos falam que a verdade é Cristo. Eles estão certos. Assim como alguém poderá afirmar que a verdade é estar bem e em paz com o próprio Ser. Também estará certo. Eu afirmando estar “certo” já é algo complexo, afinal o certo ou errado dependerá do Ser. Cabe a cada indivíduo e não pode ser generalizado.
O Ser tem ligação direta com a moral, sendo a ética a moral coletiva. O conjunto dos “Seres” formam o que é chamado de ética. Agora veja que a ética muda com o tempo e de sociedade para sociedade. Tudo isso porque os “Seres” mudam com o tempo e mudando o Ser, como consequência, há a mudança do que vem ou não a ser ético.
É engraçado como julgamos tudo e todos pelo nosso Ser. Definimos o sucesso ou fracasso de um individuo pelo nosso Ser. Mas quem somos nós para fazermos isso? Mal somos capazes de julgar a nós mesmos. É comum alguém dizer: “Ele não pode ser feliz assim”. Por quê? De acordo com o Ser de quem analisa não pode mesmo, mas o Ser do outro não é igual ao seu. A frase mais correta seria: “Eu não seria feliz dessa maneira”.
Vou parar por aqui, como falei no início o texto de hoje não veio para facilitar e nem para responder, veio para confundir, fazer você refletir um pouco mais.
Abraço!
Recomendo a leitura de dois textos: Princípios não podem ser quebrados e Mudança de Paradigma.